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Presidentes da Venezuela e Guiana se reunirão para discutir Essequibo, e Lula é convidado

O governo brasileiro informou que, por enquanto, Celso Amorim, assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, deve representar Lula no encontro

Presidentes da Venezuela e Guiana se reunirão para discutir Essequibo | Reprodução
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Estarão reunidos na próxima semana os presidentes da Venezuela, Nicólas Maduro, e da Guiana, Irfaa Ali, para diálogos em torno da disputa sobre Essequibo, uma região da Guiana que a Venezuela declara ser sua. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado para o encontro para atuar como observador, segundo o governo guianês.

A reunião está agendada para quinta-feira (14) em São Vicente e Granadinas, um país no Caribe, conforme anunciado pelo governo local. O primeiro-ministro Ralph Gonsalves, que tem atuado como intermediador no conflito, falou ao telefone com Maduro e Ali neste sábado (9).

Gonsalves afirmou em comunicado que ambos concordaram com a realização da reunião. Na mesma nota, mencionou que os dois lados solicitaram a presença de Lula, que conversou por telefone com Maduro no mesmo dia. A Venezuela reivindica a posse de Essequibo, uma área de 160 quilômetros quadrados que compreende cerca de 70% de toda a Guiana, atravessando seis dos dez estados do país. O referendo recente reacendeu décadas de disputa, aumentando o temor de um conflito armado na fronteira com o Brasil.

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O presidente guianês confirmou sua participação na reunião. Até o momento desta atualização, o governo venezuelano não havia se pronunciado sobre o encontro, mas Maduro indicou pela manhã a discussão da realização de "uma reunião de alto nível nos próximos dias".

O governo brasileiro informou que, por enquanto, Celso Amorim, assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, deve representar Lula no encontro, ressaltando que a decisão ainda não está definitiva.

A notícia da reunião surge no mesmo dia em que ambos os líderes adotaram uma postura mais conciliatória desde o referendo sobre a anexação de Essequibo realizado no domingo (3) na Venezuela, que contou com a participação de metade dos eleitores do país. Maduro, inicialmente, expressou a necessidade de "sentar e conversar" com a Guiana e a ExxonMobil, a petroleira que opera na região. Posteriormente, o presidente da Guiana declarou não se opor ao diálogo.

Essas declarações sucederam uma conversa telefônica entre Maduro e Lula, na qual este último defendeu o diálogo entre os dois países sul-americanos, expressando sua preocupação, um papel de intermediação aguardado ao longo da semana.

Em uma entrevista exclusiva à GloboNews na terça-feira (6), o presidente da Guiana expressou a expectativa de que o Brasil desempenhasse "um papel de liderança" na disputa envolvendo Essequibo. Internamente, na Casa Civil, havia uma avaliação de que a diplomacia brasileira precisaria adotar uma postura mais ativa, abandonando a posição tradicional de não intervenção em conflitos desse tipo, conforme relatado por uma fonte do governo ao g1.

A indicação de diálogo por ambas as partes também contrasta com a postura adotada por Maduro no dia anterior. Na sexta-feira (9), em um passo mais concreto desde a aprovação do referendo para a anexação de Essequibo, ele assinou seis decretos para incorporar o território guianês e transformá-lo em um estado venezuelano.

Além disso, está prevista uma visita de Maduro a Moscou nos próximos dias, conforme anunciado pelo Kremlin. Essa visita pode novamente posicionar os Estados Unidos e a Rússia em lados opostos em um conflito entre países. Os Estados Unidos já manifestaram apoio à Guiana e, na quinta-feira (6), anunciaram voos militares sobre a região de Essequibo e o restante do país.



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